
Polícia marítima portuguesa num dos dois locais onde centenas de vítimas de tráfico de seres humanos, a maioria migrantes do Sudeste Asiático, foram encontradas perto da capital de Portugal, Lisboa, em Samouco, Portugal, 21 de junho de 2023. REUTERS/Miguel Pereira/File Photo Acquire Licensing Rights
LISBOA (Reuters) – Centenas de policiais invadiram fazendas na região sul do Alentejo, em Portugal, nesta terça-feira, prendendo 28 pessoas suspeitas de tráfico de pessoas e exploração laboral, disse a polícia.
Acredita-se que os suspeitos façam parte de uma quadrilha criminosa que explorava migrantes de países como Roménia, Moldávia, Ucrânia, Índia, Senegal e Paquistão, depois de os atrair para Portugal com a promessa de um emprego como trabalhadores agrícolas.
A polícia disse ter realizado um total de 78 buscas, que resultaram na apreensão de provas e na “identificação de dezenas de vítimas”.
Os detidos, nacionais e estrangeiros, são suspeitos de tráfico de seres humanos, associação criminosa, auxílio à imigração ilegal, recrutamento ilegal de mão-de-obra, extorsão, branqueamento de capitais e ofensa à integridade física, entre outros crimes.
Eles comparecerão perante um juiz na quarta-feira para interrogatório.
Os casos de exploração laboral, quando os migrantes pobres ficam presos em trabalho não remunerado, e o tráfico de seres humanos têm vindo a crescer em Portugal, particularmente no setor agrícola. Uma vez postos a trabalhar, os seus papéis são frequentemente confiscados e o pagamento retido, sendo muitos alojados em habitações primitivas com poucas ou nenhumas comodidades.
O Conselho da Europa informou que as autoridades portuguesas identificaram 1.152 suspeitas de vítimas de tráfico em 2016-2020, mas o número de investigações, processos e condenações foi baixo para um número tão grande.
Reportagem de Patrícia Vicente Rua; Edição de Andrei Khalip e Nick Macfie
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